quinta-feira, 7 de junho de 2012

Médicos e Governo não entram em acordo e paralisação continua


Hospital Giselda Trigueiro fica nas Quintas e responsável pela triagem, hoje, diz que demanda está abaixo da esperada - Foto: Heracles Dantas
Sem acordo, a greve dos médicos do Estado – que já dura 36 dias – continua atrapalhando a vida da população. Em assembleia na segunda-feira passada, a categoria votou pela continuidade do movimento após analisar a contraproposta do Governo, que ofereceu o reajuste de 7%, sendo 3,5% em setembro e a outra metade do reajuste em dezembro.
De acordo com o ofício do Governo, assinado pelo secretário de Administração e Recursos Humanos, Antônio Alber Nóbrega, os outros pedidos da categoria ficam condicionados ao “estudo mais aprofundado da situação”.
Entre as principais reivindicações dos médicos do Estado estão a adoção do novo piso salarial médico, correção da inflação de 14% para o salário-base, criação de uma gratificação por atividade médica no valor de 50% para todos os níveis salariais da tabela do Plano de Cargos e Salários, além de melhores condições de trabalho e abastecimento das unidades de saúde da Secretaria de Saúde Pública do Estado (Sesap).
Enquanto o impasse não é resolvido, a população continua sofrendo com o caos da saúde pública. No pronto-socorro do Hospital Giselda Trigueiro, referência para doenças infecto-contagiosa, Moacir Nascimento, que trabalha com reciclagem, foi em busca de atendimento para a mulher. “Ela tem problema na coluna e rins, e suspeitam que é uma infecção. Chegamos às 7 horas, ela foi atendida, fizeram exames de sangue, raio-x e medicaram para um tratamento de dois meses e depois pediram para voltar. Agora estamos esperando um carro para nos levar a Felipe Camarão”.
Ainda segundo Moacir Nascimento, há mais de um ano ele tenta atendimento em vários hospitais. “Já fui para Walfredo e agora recente fiz um esforço e tentei até uma clínica particular. A situação da saúde está ruim mesmo. Ainda bem que alguns médicos estão atendendo, mas em geral é ruim”.
O vendedor Danilo Silva também foi em busca de atendimento para a mulher, mas não teve a mesma sorte. Ela apresentava dores de cabeça e de estômago, mas não passou pela classificação de risco do pronto-socorro e foi orientada a procurar o Hospital dos Pescadores.
A técnica de enfermagem Cristina de Góis, responsável pela triagem na manhã de hoje, explicou que a demanda da semana está abaixo do esperado. “Até agora o atendimento está baixo. Além de doenças infecto-contagiosa, aqui só atendemos complicações da dengue, como quadros de febres hemorrágicas”. Ela ainda disse que quando há suspeitas, é feito um trabalho de orientação junto aos pacientes.


FONTE: JORNAL DE HOJE

Nenhum comentário:

Postar um comentário